sábado, agosto 22, 2009

Atualização do blog ‘Arquivo’

Momento jabá: atualização no ‘Arquivo’, blog “irmão” deste aqui.

Artigos sobre Michael Jackson; o CD ao vivo do Coldplay; o show de 50 anos de carreira de Roberto Carlos; o álbum solo de Noel Gallagher, líder do Oasis; e o disco novo de Caetano Veloso.

Apareçam por lá. O endereço é: http://arquivodotomneto.blogspot.com/

Lúcio Mauro Filho: ‘Fé demais cheira mal...’

Hoje pela manhã, ao navegar, como de costume, pela página d'O Globo On Line, deparei-me com esse surpreendente texto do ator e roteirista Lúcio Mauro Filho* [no detalhe], o Tuco, de A Grande Família, o qual peço licença para reproduzir aqui.

Com inegável lucidez, Lúcio nos apresenta um amplo panorama das mazelas do governo Lula, desde o primeiro mandato. Obviamente, seria uma imbecilidade não reconhecer os pontos positivos da atual gestão.

Contudo, nem o mais convicto simpatizante do presidente há de ficar indiferente a esse texto.


Confira:

Em outubro de 2002, nós artistas fomos convidados a participar de um encontro com o então candidato à Presidência da República Luis Inácio Lula da Silva na casa de espetáculos Canecão, no Rio de Janeiro. Fui ao encontro como eleitor de Lula desde o meu primeiro voto e também como cidadão brasileiro ansioso por mudanças na forma de se fazer política no país. O clima era de festa, com muitos colegas confraternizando e um sentimento que desta vez a vitória viria.

Na porta principal da casa, uma tropa de políticos do PT e da coligação partidária recebia a todos com bottons, apertos de mãos firmes e palavras de ordem. E no meio de quadros tão interessantes da nossa política, este que vos fala foi recebido justamente por quem? Pelo Bispo Rodrigues (hoje ex-político e ex-religioso).

As pulgas correram todas para trás da minha orelha. Ser recebido no encontro do Lula com os artistas pelo bispo da Igreja Universal filiado ao extinto PL não era bem o que eu esperava daquela ocasião. Era um prenúncio claro do que viria a acontecer depois.

Veio o apoio do PTB de Roberto Jefferson, que tinha horror a Lula, mas que mesmo assim acabaria recomendando o voto no candidato do PT, como forma de desagravo ao então presidente do seu partido, José Carlos Martinez, que por sua vez tinha ódio por José Serra, a quem considerava culpado pela volta aos jornais da história do empréstimo que ele teria recebido de Paulo César Farias, no início dos anos 90. Com essa turma, a candidatura de Lula chegava à reta final.

A vitória veio e, com ela, uma onda de otimismo e de esperança em dias melhores, de mais inclusão, mais justiça social e menos corrupção e descaso. Éramos os pentacampeões mundiais no futebol e com Lula presidente ninguém segurava essa Nação. Pra frente Brasil!

Depois de dois anos de namoro, os ventos começaram a mudar com o surgimento de uma gravação onde Waldomiro Diniz, subchefe de assuntos parlamentares da Presidência da República, extorquia um bicheiro para arrecadar fundos para as campanhas eleitorais do PT e do PSB no Rio. O fato foi tratado como um deslize isolado de um funcionário de segundo escalão que de forma alguma representava a ideologia do Partido dos Trabalhadores. Waldomiro foi afastado do governo.

Em meados do ano seguinte surgiu uma nova gravação, onde o então funcionário dos correios Maurício Marinho aparecia recebendo dinheiro de empresários. Ele dizia ter autorização do deputado Roberto Jefferson do PTB. Em defesa de seu aliado, o presidente Lula afirmou na época que confiava tanto em Jefferson que lhe daria um ‘cheque em branco’.

As investigações foram aprofundadas e na base do ‘caio, mas levo todo mundo junto’, o deputado afirmou em entrevista à Folha de São Paulo que existia uma prática de mesada paga aos deputados para votarem a favor de projetos de interesse do governo. Lula deu o cheque em branco e recebeu de volta a crise que derrubaria, um por um, os homens fortes do seu partido. E de uma hora para outra, José Dirceu, José Genoíno, Antônio Palocci, João Paulo Cunha e outros políticos que tanto admirávamos, chafurdaram na lama da política suja, com histórias de abuso de poder, tráfico de influência e até coisas inimagináveis, como dólares transportados em cuecas e saques em boca de caixa totalmente suspeitos.

Acabou a inocência. O PT começou a desprezar quadros importantes do partido que não concordavam com as posições incoerentes com a luta pela ética e a moralização do país. Pior do que isso, acabou por expulsar alguns deles, como a senadora Heloísa Helena e os deputados Babá e Luciana Genro. Outros saíram por também não concordarem com as práticas até então impensáveis para um partido que se julgava detentor da bandeira da honestidade. E assim partiram Cristovam Buarque e Fernando Gabeira.

Apesar de toda uma nova geração de políticos interessados em refundar o partido e aprender com os erros, como José Eduardo Cardozo, Delcídio Amaral e Ideli Salvati, o PT preferiu manter a estratégia do aparelhamento, do fisiologismo e do poder a todo custo, elegendo o pau mandado Ricardo Berzoini novo presidente do partido. Ele representava o Campo Majoritário, grupo que sempre esteve na presidência do PT desde sua fundação.

Depois que nada foi provado na CPI do Mensalão, o Partido dos Trabalhadores percebeu que a bandeira da ética já não importava mesmo e começou novamente uma fase ‘rolo compressor’ de conchavos e blindagens com o que há de pior na política brasileira. Veio o segundo mandato e com ele o fato. O presidente Lula cada vez mais nas mãos do PMDB, o partido que definitivamente não está nem aí com ideologias, ética ou qualquer coisa parecida.

Depois da derrocada dos grandes caciques do PT, restou Dilma Roussef, a super ministra, como única opção de candidatura para a sucessão do presidente Lula. Mas Dilma não tem carisma nenhum. É uma figura técnica, fria. Precisa desesperadamente do presidente preparando palanques com dois anos de antecedência, emprestando toda a sua popularidade, como uma espécie de ghost charisma. Precisa também do PMDB com seus acordos e chantagens como co-patrocinador político da candidatura.

Para isso, foi preciso o governo se meter em mais outra crise e comprovar que é muito mais PMDB que PT. Depois de Jefferson, Bispo Rodrigues, Severino Cavalcanti, os eleitores do Lula estão tendo que agüentar o pior. Ver o presidente de mãos dadas com Fernando Collor, Renan Calheiros e José Sarney. E ver um Conselho de Ética formado em sua maioria por suplentes como os senadores Wellington Salgado, Gim Argello e até o presidente do conselho, Paulo Duque, que afirmou que ‘adora decidir sozinho’.

No momento em que políticos como Aloizio Mercadante tentam juntar os cacos do PT, tomando atitudes coerentes com o que o partido sempre pregou, lá vem o executivo com sua emparedada já tradicional, desautorizando o líder de sua bancada, mais uma vez constrangido pela direção do PT. E as promessas as quais me referi lá atrás, Delcídio e Ideli, votaram a favor do arquivamento de tudo e da permanência do que aí está. Mais uma vez, o fim justifica os meios.

E assim, é a vez de Marina Silva abandonar o barco, cansada de guerra. A ex-ministra do Meio Ambiente que viu o presidente Lula entregar nas mãos do ministro extraordinário de assuntos estratégicos, Mangabeira Ünger, o Programa Amazônia Sustentável (PAS). Justo ela, uma cidadã da Amazônia. Foi a gota d'água. Desautorizada, Marina deixou o cargo. Agora, deixa o partido. E o Mangabeira Ünger? Voltou para Harvard para não perder o salário de professor (em dólar), deixando os assuntos estratégicos para o passado.

Esse é o atual panorama da política nacional. Deprimente. Políticos dizendo na cara de seus eleitores que realmente estão se lixando. Acabou o pudor. Com o presidente Lula corroborando tudo que é canalhice e uma oposição que é também responsável por tudo que aí está, pois governaram o país por todos esses anos e ajudaram a moldar todas as práticas que o governo do PT aperfeiçoou, talvez estejamos realmente precisando de uma terceira via.

Não sei se imaginei um cenário tão devastador quando, constrangido, evitei o aperto de mão do Bispo, lá na porta do Canecão. Mas um trocadilho não me sai da cabeça: ‘Fé demais não cheira bem’.

http://oglobo.globo.com/opiniao/mat/2009/08/21/fe-demais-nao-cheira-bem-763322112.asp



* Encontrei a caricatura de Lúcio Mauro Filho que ilustra esse post no ótimo Blog do Ique, que você pode acessar clicando aqui.

quarta-feira, agosto 19, 2009

Chico Buarque: polivalente


Livro
Leite Derramado (Companhia das letras)
2009



A genialidade do compositor também se faz notar em ‘Leite Derramado’, seu quarto romance

Nos últimos anos, Chico Buarque tem trabalhado da seguinte forma: o cantor e compositor edita um disco de inéditas, sai em turnê, grava CD/DVD ao vivo... e recolhe-se para a produção de mais um livro.

Chico, de fato, sumiu dos holofotes após o lançamento de Carioca Ao Vivo, de 2007 – registro do show que promoveu Carioca, seu último álbum de estúdio, que chegou às prateleiras em 2006. E, nesse intervalo, escreveu Leite Derramado, publicado pela editora Companhia das Letras.

Em seu quarto romance, Chico consegue superar sua empreitada anterior no campo literário, o ótimo Budapeste, de 2003. Leite Derramado baseia-se nas memórias de Eulálio d'Assumpção, ancião que convalesce em um leito de hospital, recordando o passado de glória de sua família, até a sua decadência atual.

E, através do monólogo do personagem central da obra, Chico revê boa parte da história do país. As lembranças um tanto desconexas do centenário Eulálio mencionam – embora sem ordem cronológica – a chegada da Coroa Portuguesa, a Abolição da Escravatura, o Golpe de 1964 e outros momentos cruciais do Brasil, não esquecendo, em momento algum, de sua esposa Matilde, figura onipresente na narrativa.

Outro tema recorrente no livro é o racismo, visto que a supracitada Matilde era mulata – e, por esse motivo, encontrou resistência da parte da mãe de Eulálio. Com isso, Chico acaba entrando na questão da miscigenação étnica brasileira: o tataraneto do centenário protagonista – o “garotão” traficante, cuja namorada ostenta um piercing (que ele chama de “brinco na barriga”) – é negro.

O interesse do leitor é mantido, da primeira à última página, pela prosa fluente do autor – e pelo humor desconcertante que percorre todo o livro.

Resumo: a genialidade do compositor Chico Buarque já impregnou a sua literatura. Sem dúvida alguma.

‘Leite Derramado’, o blog


A editora Companhia das Letras criou um blog interessante para ajudar a promover o livro Leite Derramado.

Além de oferecer um espaço para opiniões dos leitores a respeito da obra, o blog disponibiliza gratuitamente o download do primeiro capítulo.

Também é possível assistir um vídeo de Chico Buarque lendo esse mesmo trecho do romance.

‘O Velho Francisco’: a inspiração para ‘Leite Derramado’


A inspiração de Chico Buarque para escrever o romance Leite Derramado foi uma antiga canção de sua própria autoria.


O Velho Francisco” foi regravada em 2008 por Mônica Salmaso – que também participou de “Imagina”, de Carioca, último CD de inéditas de Chico. E a versão da cantora fez que o autor se lembrasse da música. Foi justamente dessa letra que surgiu a ideia do livro.

Faixa do ótimo Francisco, de 1987, “O Velho Francisco” fala de um ex-escravo que, idoso e enfermo, começa a recordar as suas façanhas. Exatamente como o velho Eulálio de Leite Derramado.


Confira a letra de “O Velho Francisco”:


O Velho Francisco
(Chico Buarque)

Já gozei de boa vida
Tinha até meu bangalô
Cobertor, comida, roupa lavada
Vida veio e me levou.

Fui eu mesmo alforriado
Pela mão do Imperador
Tive terra, arado
Cavalo e brida
Vida veio e me levou.

Hoje é dia de visita
Vem aí meu grande amor
Ela vem toda de brinco, vem
Todo domingo
Tem cheiro de flor.

Quem me vê, vê nem bagaço
Do que viu quem me enfrentou.
Campeão do mundo
Em queda de braço
Vida veio e me levou.

Li jornal, bula e prefácio
Que aprendi sem professor.
Freqüentei palácio
Sem fazer feio
Vida veio e me levou.

Hoje é dia de visita:
Vem aí meu grande amor.
Ela vem toda de brinco, vem
Todo domingo
Tem cheiro de flor.

Eu gerei dezoito filhas
Me tornei navegador
Vice-rei das ilhas da Caraíba
Vida veio e me levou.

Fechei negócio da China
Desbravei o interior.
Possuí mina de prata, jazida
Vida veio e me levou.

Hoje é dia de visita:
Vem aí meu grande amor.
Hoje não deram almoço, né?
Acho que o moço até
Nem me lavou.

Acho que fui deputado
Acho que tudo acabou.
Quase que já não me lembro de nada
Vida veio e me levou.



E o vídeo da canção, dirigido por Roberto Talma:

‘Budapeste’: no cinema


A exemplo dos romances anteriores de Chico BuarqueEstorvo (1991) e Benjamin (1995) – o ótimo Budapeste [no detalhe], antecessor de Leite Derramado, também foi adaptado para o cinema, em uma produção luso-húngaro-brasileira.


Com direção de Walter Carvalho e roteiro de Rita Buzzar, Budapeste traz, em seu elenco, Leonardo Medeiros, Giovanna Antonelli, Paola de Oliveira e a atriz húngara Gabrielle Hámori.

O próprio Chico Buarque faz uma ponta no filme. E, na trilha sonora, há a curiosa versão de “Feijoada Completa” cantada na língua magiar (!).

Fiz um breve comentário sobre esse livro em 2006, nos primórdios desse blog. E pode lê-lo clicando aqui.



Veja aqui o trailer oficial de Budapeste:

Explicando a série ‘São Bonitas as Canções’

Não consigo afastar minha impressão de que a maioria das pessoas não presta a devida atenção nas letras das canções, muitas vezes repetindo os versos das mesmas como se fossem... papagaios.

(Um exemplo desse subaproveitamento é “Amor de Índio”. Composta por Beto Guedes e Ronaldo Bastos, essa faixa possui – na minha modesta opinão – uma das mais brilhantes letras já escritas no Brasil, repleta de imagens belíssimas. E que, de um modo geral, os ouvintes, creio, não desvendaram por completo. Qualquer hora, falarei melhor sobre ela aqui no blog.)

Foi essa “desatenção” que me motivou a criar a série “São Bonitas as Canções”: para destacar, em determinadas músicas, alguns aspectos – não somente a letra – que podem ter passado desapercebidos pelo grande público. Basicamente isso.


***


Batizada inicialmente de “Canções”, a série teve o seu nome apropriadamente alterado para “São Bonitas as Canções” esse ano. A frase saiu dos versos de “Choro Bandido”, de Edu Lobo e Chico Buarque [no detalhe].

Apresentando uma estupenda letra de Chico sobre caprichada melodia de Edu, “Choro Bandido” é, sem dúvida, uma das mais felizes parcerias da dupla. Tenho por essa canção um apreço todo especial.



Veja a versão de Chico Buarque e Antônio Carlos Jobim para “Choro Bandido”. Observe, no vídeo, o humor ferino de Jobim...

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘Futuros Amantes’, de Chico Buarque


Já que o assunto é Chico Buarque, creio que seja o momento oportuno para destacar uma das mais belas canções do compositor carioca: “Futuros Amantes”, do excelente CD Paratodos, de 1993. Esta é uma das cinco músicas que mais gosto na vida.

Na letra, Chico projeta a cidade do Rio de Janeiro como Atlântida [no detalhe], o continente perdido (“E quem sabe então o Rio será / alguma cidade submersa?”), onde os escafandristas vasculhariam, no fundo do mar, os pertences da “estranha civilização”, e entregariam aos sábios tudo o que encontrassem, para que estes tentassem decifrar aqueles escritos rudimentares.

Contudo, além de ser também uma ode à paciência típica de quem ama (“Não se afobe, não / que nada é para já.”), a canção visa expressar o amor como algo perene – como, de fato, é.

No vídeo abaixo, Chico explica que “mesmo não correspondido, o amor continua pairando no ar (“Milênios, milênios / no ar.”), para que outras pessoas possam ‘capturá-lo’. E ele possa, enfim, cumprir a sua função”. Perfeito.

Porque uma coisa é certa: o amor, mesmo quando não se concretiza – caso realmente seja amor –, não se desfaz. Ele permanece. Eterno.


***


Há um outro trecho interessantíssimo da letra de “Futuros Amantes”, que diz: “O amor não tem pressa, ele pode esperar / em silêncio / num fundo de armário / na posta-restante...”. Posta-restante.

Quando as pessoas passam a morar em um outro estado – ou outro país – e ainda não possuem residência fixa, há a possibilidade de suas correspondências serem endereçadas à agência central dos Correios de uma determinada localidade, para que, no prazo de três meses, o destinatário possa recolhê-la. A este serviço, dá-se o nome de posta-restante.

Imagine a cena: a mulher escreveu uma carta para o seu amado, que se encontra distante de casa. O amor que ela sente está expresso naquela carta. Que, como diz a letra da canção, foi parar na posta-restante.

Tenho que tirar o meu chapéu para Chico Buarque de Hollanda...



Veja o belo vídeo de “Futuros Amantes:

terça-feira, agosto 11, 2009

Inverno: inspiração para o novo CD de Sting

Terminada a turnê do Police – a mais lucrativa no ano de 2008 -, Sting* [no detalhe] já prepara um novo CD solo. O sucessor de seu trabalho mais recente, Songs from the Labyrinth – disco de alaúde que chegou às prateleiras em 2006 –, se chamará If On a Winter's Night....

Em seu site oficial, o baixista afirmou que o inverno é a sua estação favorita. E essa foi a sua inspiração para esse álbum, cujo repertório será estruturado em temas tradicionais do cancioneiro britânico como “A Soalin'”, “Gabriel's Message” e “The Snow It Melts the Soonest”, entre outros.

Sting também incluirá duas canções autorais: “The Hounds of Winter”, gravada originalmente no (bom) álbum Mercury Falling, de 1996, e “Lullaby for an Anxious Child”, lado B do single You Still Touch Me, do mesmo ano.

A exemplo de seu antecessor, If On a Winter's Night... será editado pelo selo alemão Deutsche Grammophon. O lançamento está previsto para o dia 26 de outubro desse ano, finalzinho de outono no Hemisfério Norte.


* Tire essa barba, meu filho...

Newcastle: rebaixado

Por falar em Sting: é bem provável que o ex-baixista do The Police não tenha gostado nadinha de ver o seu time de coração, o Newcastle [no detalhe, a camisa] sendo rebaixado.

Apesar de ter em seu elenco bons jogadores como o atacante Michael Owen – que acabou se transferindo recentemente para o Manchester United –, o clube do norte do país teve um desempenho pífio na última Premier League.

Resultado: na temporada 2009/2010, o time disputará a segunda divisão inglesa, mais conhecida como Cola-Cola Championship.

sábado, agosto 08, 2009

Damien Rice: novo CD a caminho

Não faz muito tempo, descobri – tardiamente, reconheço – a introspectiva música de Damien Rice [foto].

Para quem não está ligando o nome à pessoa, o trovador irlandês tornou-se mundialmente conhecido por “The Blower's Daughter”, canção-tema do filme Closer – Perto Demais, de 2004, que recebeu duas versões brasileiras: “Então Me Diz”, de Zélia Duncan – gravada por Simone –, e a bem-sucedida “É Isso Aí”, de Ana Carolina e Seu Jorge.

O mais recente álbum de Rice chama-se 9, seu segundo CD, que foi editado em 2006. Mas seu melhor trabalho é o de estreia, o belíssimo O [no detalhe], de 2003. Além da supracitada “The Blower's Daughter”, O possui outros grandes momentos, como “Volcano”, “Amie” e a ótimas “Delicate” e “Cannonball”.

Além dos dois discos de estúdio, Rice também gravou o ao vivo Live from the Union Chappel, de 2007. E, completando sua discografia, há o EP B-Sides, que trata-se, como o nome já diz, de uma coletânea de lados B de seus singles.

Pesqisando pela web, é possível encontrar covers como “Purple Haze” (Jimi Hendrix), “When Doves Cry” (Prince), “Seven Nation Army” (The White Stripes) e, pasmem, “Águas de Março” e “Desafinado” – ambas cantadas em português (!) –, entre outras, que o músico gravou para projetos especiais.

No MySpace de Damien Rice, há a informação de que ele está em estúdio, aprontando o sucessor de 9. É esperar para ver.



Veja o vídeo de “Cannonball...



...de “Delicate...



...e também de “The Blower's Daughter”, claro:

terça-feira, agosto 04, 2009

Collor x Simon: deprimente

Na retomada de suas atividades após o recesso, o Senado Federal foi palco do lamentável bate-boca do senador Pedro Simon (PMDB-RS), com seus colegas Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL) [foto]. Detalhe: no entrevero em questão, os dois parlamentares alagoanos – pasmem – defenderam a permanência do presidente da Casa, José Sarney (!).

Com a respiração ofegante e exibindo um semblante furioso, Collor atacou:

– As palavras que o senhor acabou de pronunciar em relação a mim e relação às minhas relações políticas são palavras que eu não aceito. E são palavras que quero que o senhor as engula. E as digira como julgar conveniente.

E ameaçou:

– A próxima vez em que eu tiver que pronunciar o nome de Vossa Excelência nessa Casa (...), eu gostaria de relembrar alguns fatos talvez extremamente incômodos para Vossa Excelência.


Veja aqui esse espetáculo deplorável:




E tudo parece ainda mais esdrúxulo quando recordamos o que Collor dizia de Sarney durante a campanha presidencial de 1989. Ah, como é nobre o ato de... er, “reconsiderar”...

segunda-feira, agosto 03, 2009

Cristiano Ronaldo: craque. De boca fechada

Está mais do que provado: como entrevistado, Cristiano Ronaldo [à esquerda] é um bom jogador de futebol.

Esbanjando “humildade” e campeão em proferir frases infelizes – como “o primeiro, o segundo e terceiro melhor jogador do mundo sou eu” e “realmente valho o que o Real Madrid pagou pelo meu passe”, entre outras –, o apoiador português dessa vez se meteu a falar sobre música:

– Liverpool tem os Beatles e o Manchester tem o Oasis. Acho que temos a melhor banda. Uma das coisas que eu vou sentir falta da cidade é o Oasis. Talvez eu possa convidá-los para um jogo do Real contra o Barcelona. E eles fariam um pequeno show em Madri.

Quando CR7 crescer, certamente irá preferir o uísque paraguaio ao escocês...


***


O líder do Oasis, Noel Gallagher* [à direita], tomou conhecimento das declarações do atleta. E respondeu bem a seu estilo:

– Existe realmente apenas um Ronaldo [Nota do blog: para saber a que Noel se refere, clique aqui]. Sempre desconfiei que ele tinha bom gosto musical. Aceito a oferta dele em me dar ingressos para assistir Real e Barcelona. Mas acho difícil ele conseguir pagar a gente por um concerto.

A resposta (malcriada) do português não demorou:

– Se Noel ou Liam [Nota: o vocalista do Oasis] quiserem, é só me ligar ou avisar a vocês [jornalistas] quanto eles cobram por um concerto privado. Mas acho que não deve ser tão caro, não é? Afinal, eles não são o Ricky Martin.

E ainda teve mais:

– Se eles [o Oasis] acham que não podemos [pagar], então devem vir aqui no estacionamento do CT do Real Madrid e ver alguns dos carros. Se eu explicar o quão bom é o Oasis, meus companheiros não vão se importar em gastar o dinheiro deles. Penso, inclusive, que o Kaká vai adorá-los. Ele tem bom gosto.



* Curiosidade: ironicamente, Cristiano Ronaldo jogava no Manchester United, arquirrival do Manchester City – clube para o qual Noel Gallagher torce.

Cristiano Ronaldo: craque. De boca fechada (2)

Em maio desse ano, no clássico entre o Manchester United contra o Manchester City, Cristiano Ronaldo, que ainda atuava nos Red Devils, marcou um dos gols da vitória de 2 a 0 de seu time.

Entretanto, foi substituído pelo técnico Alex Ferguson no segundo tempo e deixou o campo reclamando bastante. Depois, sem se importar com a presença das câmeras e da torcida, sentou-se no banco de reservas, fez sinal de negativo e cara de quem estava insatisfeito.

Segundo o (nada confiável) tabloide inglês The Sun, os jogadores do Manchester deram uma bronca no craque português no vestiário, logo após o jogo. E pediram para ele parasse de agir como um idiota.


Veja o chilique do mancebo:

‘Romário’, o livro

Às voltas com problemas com a Justiça, Romário tem, pelo menos, um motivo para comemorar: o livro Romário [no detalhe] (Editora Altadena, 287 páginas), de autoria do jornalista Marcus Vinícius Rezende de Moraes. O prefácio é do radialista e comentarista esportivo Washington “Apolinho” Rodrigues.

Diferentemente de uma biografia “formal”, o livro traz histórias curiosas e/ou engraçadas da vida do Baixinho, contadas por 98 personagens que conviveram com ele durante a sua carreira, entre parentes, amigos, técnicos, dirigentes, jogadores, jornalistas e outros profissionais.

Romário custa R$ 35 e pode ser comprado pelo novo site oficial do ex-craque [http://www.blogger.com/www.romário11.com.br] e também no endereço http://www.livrodoromario.com.br/.


***


Em seu primeiro ano como profissional, o Baixinho – ainda na reserva – chegou para o então técnico Antônio Lopes, na concentração do Vasco, e mandou, na lata:

– Professor, me coloca no time. Eu jogo muito mais do que esse camisa 10 aí.

E o camisa 10 em questão era Roberto Dinamite – que, na época, já era considerado o maior ídolo da história do clube cruz-maltino...

Romário. Gênio


Frio, ousado e com enorme rapidez de raciocínio, Romário* foi, sem dúvida, um dos maiores atacantes do futebol mundial de todos os tempos.

Relembre aqui alguns dos melhores momentos da trajetória do Baixinho:




* Créditos: encontrei a ilustração desse post precisamente aqui.

Morrissey: homenagem a Jean Charles de Menezes


Durante show em Londres, no final de julho, Morrissey [foto], ex-líder do The Smiths, homenageou o eletricista Jean Charles de Menezes, morto durante uma desastrada operação da polícia britânica no dia 22 julho de 2005.

Segundo o semanário britânico New Musical Express, o cantor citou o brasileiro antes de tocar a (boa) canção* “Irish Blood, English Heart”.

– Jean Charles de Menezes: nunca esqueceremos. Nunca esqueceremos – afirmou o astro pop na O2 Brixton Academy.

Caetano Veloso já havia feito o mesmo em 2006. Saiba mais aqui.

* Para ver o vídeo dessa música, clique aqui.

Léo Moura: descontrole

Muito vaiado durante toda a partida, o lateral Leonardo Moura, autor do solitário gol que garantiu o decepcionante empate do Flamengo diante no Náutico, ontem, no Maracanã, deu um show de descontrole. E, pasmem, xingou a torcida rubro-negra [veja o vídeo].

Bem, por um lado, o torcedor muitas vezes se esquece que, salvo exceções*, o maior interessado em acertar... é quem está dentro de campo, óbvio.

Por outro, o jogador precisa compreender que, no momento em que o indivíduo pagou pelo ingresso e não está satisfeito com o que está assistindo, tem o direito de reclamar, sim.

E, caso o atleta não tenha equilíbrio emocional para suportar isso, fica a sugestão do blog: mude de profissão, meu caro. Os clientes que estão na fila do banco, por exemplo, não costumam vaiar o caixa...

Por conta dos xingamentos, o lateral pode ser suspenso por dez jogos pelo STJD.


* Também pode acontecer de o jogador não estar lá muito a fim de acertar. Mas isso é outra história...