terça-feira, junho 28, 2011

Morrissey: sem gravadora



Em entrevista ao site Pitchfork, Morrissey [foto] expôs sem rodeios a sua situação: está com um disco de inéditas — o décimo de sua carreira solo — pronto, mas... encontra-se atualmente sem gravadora para editá-lo. E rejeita a ideia de lançá-lo de forma independente, como fez o Radiohead:

— Não tenho nenhuma necessidade de ser inovador neste sentido. Ainda estou preso ao sonho de um álbum que venda bem não por causa do marketing, mas porque as pessoas simplesmente gostam das músicas.

No dia 16 deste mês, apresentou, no programa de Janice Long, na BBC Radio 2, três faixas deste novo trabalho, ainda sem título: “People Are The Same Everywhere”, “The Kid's A Looker” e “Action Is My Middle Name”, que mantém o bom nível dos recentes trabalhos solos do ex-Smiths.

Sua antiga banda, aliás, é motivo de certa mágoa por parte do artista:

— A imprensa só se refere a mim como integrante do Smiths. E o fato de eu ter três álbuns solo que chegaram ao número um [nas paradas] — ou 25 anos de carreira solo — nunca é mencionado.

O último álbum de inéditas de Morrissey é o (bom) Years Of Refusal, de 2009.



Leia também:






Ouça “People Are The Same Everywhere...





...The Kid's A Looker...





...e “Action Is My Middle Name:

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘Irish Blood, English Heart’, de Morrissey

Lançada em You Are The Quarry, de 2004 — o álbum em que Morrissey “fez as pazes” com a sua inspiração — “Irish Blood, English Heart” rejeita, em sua letra contundente, a Família Real Britânica, os Trabalhistas e os Conservadores (“Tenho sonhado com o tempo em que os ingleses (...) cuspam sobre o nome de Oliver Cromwell”). E exalta a igualdade, sob todos os aspectos.

Alguns versos apresentam imagens fortes, tais como: “Não há ninguém neste mundo que eu tema / e nenhum regime pode me comprar ou vender” e “Morrerei com ambas as mãos desatadas”.


‘Major Minus’ e ‘Moving To Mars’: mais duas inéditas do Coldplay



Após “Every Teardrop Is A Waterfall”, o Coldplay [foto] solta mais duas inéditas: “Major Minus” e — a melhor faixa da “nova safra” da banda inglesa — “Moving To Mars”.

As três integram o EP Every Teardrop Is A Waterfall, já disponível tanto para download pago quanto em formato físico. Contudo, não há nenhuma informação sobre a inclusão das mesmas no próximo CD do grupo, ainda sem título, tampouco sobre a data de lançamento da bolacha.



Ouça “Major Minus...




...e “Moving To Mars:

sexta-feira, junho 17, 2011

‘Every Teardrop Is a Waterfall’: o novo single do Coldplay


Após vários teasers postados na sua página do Twitter, o Coldplay [foto] finalmente editou, no dia 03 de junho, o seu novo single. “Every Teardrop Is a Waterfall” [no detalhe, a capa], contudo, está disponível apenas para download digital.

A banda atribuiu o lançamento da canção aos “festivais de verão” dos quais participará este ano — e isso, obviamente, inclui o Rock In Rio, que será realizado em setembro. No entanto, não há nenhuma confirmação de que a faixa fará parte do sucessor de seu mais recente álbum de inéditas, Viva La Vida or Death And All His Friends (2008) — disparado, o melhor título da discografia do quarteto. 

As informações mais recentes davam conta de que o novo CD do grupo, ainda sem título, está sendo pilotado por Brian Eno e Marcos Dravs, a mesma dupla que produziu o supracitado Viva La Vida. E, segundo o vocalista Chris Martin, será “mais acústico” do que o trabalho anterior.

O esteta Brian Eno, ex-Roxy Music, produziu também seis álbuns do U2 — com destaque para os três que revolucionaram o som de Bono & cia.: The Unforgettable Fire (1984), The Joshua Tree (1987) e Acthung Baby (1991). Eno também é o criador das chamadas Estratégias Oblíquas, uma série de cartas publicadas em 1975, com o intuito de auxiliar a sair de “becos sem sáida”, bloqueios criativos, etc.

O próprio Coldplay confessou ter usado estas cartas durante as gravações de Viva la Vida.


***


Logo após “Every Teardrop Is a Waterfall” ter sido lançada, o Coldplay foi acusado de ter plagiado a melodia de “Ritmo de la Noche”, do grupo belga Mystic, de 1990.

A banda se defendeu afirmando que tem permissão para usar a melodia de “I Go to Rio”, de Adrienne Anderson e Peter Allen — e gravada por este, em 1976. E o porta-voz do quarteto lembra que, em seu site oficial, há a informação de que “‘Every Teardrop Is a Waterfall’ contém elementos de ‘I Go to Rio’”. 

E a supracitada “Ritmo de la Noche” foi inspirada justamente em... “I Go to Rio”.

Ironicamente, esta é a segunda vez que o Coldplay recebe esse tipo de acusação: a primeira foi quando o guitarrista Joe Satriani processou a banda por plágio da sua “If I Could Fly”, de 2004, justamente em... “Viva La Vida”, a canção. Entretanto, as partes chegaram a um acordo extrajudicial — que jamais foi divulgado — e a ação foi encerrada.




Leia também:






Veja o vídeo de “Every Teardrop Is a Waterfall:

 

Da série São Bonitas as Canções: ‘Violet Hill’, do Coldplay

Violet Hill” foi o primeiro single [no detalhe, a capade Viva la Vida or Death And All His Friends . É considerada a primeira canção antibélica do Coldplay — embora o sentido da letra seja mais amplo do que apenas protestar contra a guerra...

Detalhe: no final do clipe, ao se jogar de costas sobre a neve, Chris Martin homenageia a famosa cena do filme Help!, dos Beatles, em que Paul, John, George e Ringo fazem a mesma coisa. E, de fato, “Violet Hill” soa bem Fab Four...


Da série ‘Frases’: Coldplay



Those who are dead are not dead,
They're just living in my head. (...)

Time is so short
And I'm sure,
There must be something more.


(“Aqueles que estão mortos não estão mortos —
estão vivos em minha mente. (...)

O tempo é tão curto
E eu tenho certeza
de que deve haver algo mais”)


(“42”, CD Viva la Vida or Death And All His Friends, 2008, Berryman — Buckland — Champion — Martin)


 

sábado, junho 11, 2011

Valeu, Pet!

                      
Durante os 45 minutos em que atuou em sua partida de despedida — no dia 05 de junho, contra o Corinthians, no Engenhão —, Petkovic [foto] provou que, mesmo aos 38 anos de idade, tinha condições de jogar, pelo menos, até o final do ano. E encerrar sua carreira com a dignidade que merece.

Mas, enfim, o futebol tem dessas coisas...

Ao marcar, em 2001, contra o Vasco, aos 43 minutos do segundo tempo, o gol que deu o tricampeonato carioca ao Flamengo, o meia conseguiu o que parecia absolutamente improvável: fazer com que um sérvio entrasse em definitivo para a história do clube de maior torcida do Brasil, o chamado “País do Futebol”.

Em 2009, retornou à Gávea completamente desacreditado. E acabou sendo peça fundamental na conquista do hexacampeonato brasileiro [saiba mais aqui e aqui].

Dejan Petkovic é, sem dúvida, um dos maiores ídolos rubro-negros. Ouso dizer que, abaixo de Zico, ele é ‘o cara’.

Clichê dos clichês — porém verdadeiro: o homem passa, mas o mito permanece. Valeu, Pet!


Ronaldo. Fenômeno.

Quiseram os deuses do futebol que, na mesma semana em Petkovic encerrou sua carreira, Ronaldo Fenômeno [foto] também se despedisse dos gramados. Aos 34 anos, o atacante jogou os 15 minutos finais do primeiro tempo do amistoso do seleção brasileira contra a Romênia, no Pacaembu, na terça-feira, 07 de junho.

Visivelmente fora de forma, Ronaldo, por ironia, não conseguiu marcar seu derradeiro gol com a camisa canarinho — embora tenha tido três grandes oportunidades. Ainda assim, no intervalo de jogo, pelo “conjunto da obra”, foi ovacionado pela multidão presente ao dar a volta olímpica no estádio.

Centroavante habilidoso e de grande “explosão”, Ronaldo Fenômeno disputou quatro Copas do Mundo e ganhou duas — uma como titular (2002) e uma como reserva (1994), aos 17 anos de idade. E tornou-se o maior artilheiro da história das Copas, com 15 gols.

Atuou em grandes clubes da Europa como Barcelona, Inter de Milão, Real Madrid e Milan. Enfrentou lesões gravíssimas e, muitas vezes, foi considerado acabado para o futebol. Mas, desafiando os incrédulos, sempre ressurgia. Como uma fênix.

As recentes mancadas que cometeu não apagam uma trajetória esportiva irrepreensível. Portanto, temos mais é que respeitar esse cara.


Vejam alguns dos melhores momentos da carreira de Ronaldo: dribles desconcertantes e gols, muitos gols.



A despedida do Fenômeno. Em tempo: se algum de vocês — assim como eu — simplesmente não tolera o Galvão Bueno, é só dar “mute” ao executar o vídeo abaixo...

sexta-feira, junho 10, 2011

João Gilberto: 80 anos

                          
Antes de qualquer coisa, é necessário dizer que é motivo de alegria saber que uma das personagens centrais da nossa música, João Gilberto [no detalhe], continua entre nós. E precisamente hoje, 10 de junho de 2010, o “baiano bossa nova” completa 80 anos de idade.

Homem de temperamento recluso — considerado “excêntrico” por muitos — e perfeccionista ao extremo, João, com seu estilo inconfundível, “desconstruiu” e redefiniu os parâmetros da música brasileira. Nele, o que parece “simples” é pura complexidade. E o que alguns podem confundir com “economia” ou “limitação” é tão somente... sutileza. E precisão.

Embora sempre tenha sido um compositor bissexto, e tenha lançado poucos discos ao longo de sua carreira, o espectro de sua influência é enorme. Tornou suas canções como “Rosa Morena”, de Dorival Caymmi, além de clássicos como “Desafinado”, “Garota de Ipanema” e, claro, “Chega de Saudade”, todas de Antonio Carlos Jobim. 

E, entre seus companheiros de profissão, possui admiradores tão díspares quanto Roberto Carlos, Jorge Ben Jor e... Eric Clapton. 

Que João Gilberto ainda sopre muitas e muitas velinhas de aniversário. Provavelmente, ele saberia “desconstruir” até mesmo o tradicional “Parabéns para Você”...



Leia também:







Veja os vídeos de “Rosa Morena”...




...e três extraídos do excelente especial João & Antonio, gravado ao vivo no Theatro Municipal do Rio, em 1992 — um pecado este DVD jamais ter sido lançado: “Desafinado”...




...“Garota de Ipanema”...




...e “Chega de Saudade”: