quinta-feira, outubro 31, 2013

Da série ‘São Bonitas as Canções’: ‘Ghost Song’, do The Doors



Impossível falar em grandes letristas do rock, como Bob Dylan, Leonard Cohen e o recém falecido Lou Reed, sem mencionar Jim Morrison (1943 — 1971), ex-vocalista do The Doors. Por sinal, no caso dele, a palavra “poeta” não se aplicava como adjetivo — mas como substantivo: Morrison, de fato, escrevia poesias.

Por sinal, em 1978, sete anos após o seu precoce desaparecimento, os membros sobreviventes da banda — o tecladista Ray Manzarek, o guitarrista Robby Krieger e o baterista John Densmore — decidiram musicar alguns poemas do Rei Lagarto que haviam sido recitados pelo próprio, entre 1969 e 1970. Daí surgiu o... digamos assim, incomum álbum An American Prayer [acima, a capa].

O destaque desse disco é “Ghost Song”, na qual Manzarek, Krieger e Densmore conseguem criar uma interessante “moldura sonora” para as delirantes divagações do bardo.



Os versos de “Ghost Song” citam, ainda que nas entrelinhas, uma experiência que Morrison teve durante a sua infância. Certa vez, ele e sua família dirigiam por uma estrada deserta dos Estados Unidos e viram um terrível acidente ocorrido poucos momentos antes: dois caminhões com trabalhadores indígenas colidiram, causando várias vítimas fatais. Desde então, o vocalista passou a acreditar que as almas dos nativos acidentados “saltaram para dentro de sua alma e permaneceram lá”. Vai entender... 

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